“Seja você mesmo um exemplo de boas obras. No ensino, mostre integridade […].” (Tito 2:7)

Ao escrever para Tito, Paulo demonstra sérias preocupações com algumas situações presentes na igreja em Creta, dentre as quais, a presença de falsos mestres com os seus falsos ensinos. Tal fato é evidenciado na própria epístola, onde lemos que havia muitos insubordinados e enganadores, principalmente os da circuncisão, aos quais convinha que fossem silenciados porque andavam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não deviam, com a intenção vergonhosa de ganhar dinheiro (1.10,11).

Ao contrário dos falsos mestres, Tito deveria permanecer falando o que convinha à sã doutrina (2.1), e isso de maneira incorruptível ou íntegra (2.7). O termo grego para “ensino” ou “doutrina” é didaskalia, que pode significar o ato de ensinar ou o conteúdo do ensino. A palavra “incorruptibilidade” (ARC) ou “integridade” (NAA), é a tradução do grego aphthorian, que aponta para a necessidade de ensinar toda a verdade com sinceridade e pureza, condições necessárias para compartilhar o que é próprio da natureza saudável da doutrina (hygiainousē didaskalia). Doutrina sã (ou saudável) produz saúde espiritual e moral nos ouvintes, e deve partir de alguém que seja um exemplo através da sua vida e obras (ser e fazer).

Em decorrência da gravidade da situação, Paulo escreve que o herege (ARC), do grego hairetikon, ou seja, o que produz divisões e facções através dos falsos ensinos, após uma ou duas admoestações, caso permanecesse insubordinado, deveria ser continuamente evitado ou rejeitado (3.10), pois tal insubordinação e permanência no erro seria um claro sinal de sua perversão ou mente corrompida (3.11). Os facciosos devem sim, ter a oportunidade de se arrepender e se afastar dos erros doutrinários que disseminam, e de se voltar para a sã doutrina, mas, do contrário, devem ser disciplinados exemplarmente.

Nos dias atuais enfrentamos os mesmos problemas e desafios da igreja em Creta, com a presença em nosso meio de pessoas enganadas ou pervertidas doutrinariamente, que ensinam um conteúdo tóxico, influenciado por ideologias políticas, teologias progressistas e liberais, e por uma mentalidade pós-moderna, que tentam com isso desconstruir e relativizar a sã doutrina, através de discursos e práticas aparentemente piedosos, mas que não se sustentam à luz de um exame sério e profundo fundamentado na Palavra.

Diante de tão grande desafio, continuemos a ser exemplos de boas obras, e que no ensino permaneçamos a demonstrar integridade, para a edificação da Igreja e para a glória de Deus.O ensinador não pode ser desassociado daquilo que ele ensina, seja qual for o lugar onde ensina.

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