“O ciclo funciona do seguinte modo: a maioria das igrejas começa com poucas pessoas clamando em espírito, ansiando por um avivamento do Espírito Santo. O avivamento acontece e a igreja irrompe, expande suas lindas asas e, no Espírito, voa para longe. Uma geração passa, e os anciãos que oraram e deram origem à igreja morrem, indo dormir com seus pais, esperando pela ressurreição. Uma nova geração que não conhece os patriarcas como José se levanta em busca de poder, mas é incapaz de obtê-lo porque não deseja pagar o mesmo preço que custou a eles. Então eles dizem que há apenas uma coisa a fazer: estabelecer escolas que ofereçam uma boa educação, bem como se munir de perspicácia para enfrentar os desafios do mundo. Consequentemente, eles constroem escolas, faculdades, seminários e universidades.

Os homens da primeira geração são cristãos, e os da segunda são “quase-cristãos”. Por fim, a terceira geração se deteriora, teologicamente falando, e se torna liberal, fazendo com que Deus Se afaste dessa igreja e comece um mover em outra..

Assim a Igreja tem se comportado ao longo dos anos. Por essa razão, o que precisamos hoje é do revestimento do Espírito Santo e do Espírito de sabedoria, entendimento conselho, força, conhecimento e temor […]”. (A. W. Tozer, Preparando-se para a Volta de Jesus. Rio de Janeiro: Graça Editorial, 2018, p. 49, 50.)

A. W. Tozer pronunciou estas palavra entre os anos de 1960 e 1963, próximo da sua morte. Ele nasceu no mesmo dia e mês em que faço aniversário (21 de abril), mas quando dormiu no Senhor, em 12 de maio de 1963, eu ainda não tinha nascido. Nasci em 21 de abril de 1966.

Mais de cinquenta anos depois das palavras de Tozer, vemos em nossos dias sinais e evidências concretas das calamidades e tragédias espirituais vivenciadas por outras gerações e igrejas ao longo da história.

Alguns séculos após o Pentecostes (Atos 2) e a morte dos apóstolos, a Igreja já esperimentava o seu primeiro ciclo generalizado de declínio espiritual, incorporando doutrinas e práticas paganizadas.

Alguns séculos após a Reforma, a Igreja foi atingida fortemente pelo liberalismo teológico, que levou denominações históricas a experienciar outra grande e abrangente crise espiritual.

Atualmente, com pouco mais de um século passado do Movimento Pentecostal, testemunhamos os sinais do ciclo e da decadência espiritual se repetindo (ou se agravando) em várias denominações e tradições cristãs.O que iremos fazer? Vamos nos entregar ao triste destino de gerações passadas, nos redendo a algum tipo de determinismo histórico? Vamos cair de joelhos arrependidos e envergonhados, e clamar ao Senhor para que nos liberte e salve da politicagem eclesiástica, do ministério profissional e mercenerário, da relativização dos valores morais, da banalização e mercadologização da fé, da ideologização doutrinária e teológica, da negligência com evangelismo e missões, e do adultério com a cultura pós-moderna, cada vez mais secularizada filosoficamente e sincretizada religiosamente?

O que as futuras gerações escreverão e testemunharão a favor ou contra a nossa geração?

Senhor, socorre-nos!

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