A voz passiva indica que o sujeito sofreu, sofre ou sofrerá a ação expressa pela verbo. A voz média permissiva do verbo grego indica que o sujeito permite que algo seja feito por ou para si.

A voz média permissiva é geralmente melhor traduzida como passiva. (Daniel B. Wallace, Gramática Grega, Editora Batista Regular, 2009, p. 425, 431)

Vejamos alguns exemplos:

endysēsthe: sejais revestidos (média permissiva, Lc 24.49)

baptisthēsesthe: serão batizados (passiva, At 1.5)

lēmpsesthe: recebereis (média permissiva, At 1.8)

eplēsthēsan: foram cheios (passiva, At 2.4)

sōthēte: salvai-vos (passiva, At 2.40)

plēsthēs: sejas cheio (passiva, At 9.17)

plērousthe: enchei-vos (média permissiva ou passiva, Ef 5.18)

endynamousthe: fortalecei-vos (média permissiva ou passiva, Ef 6.10)

hypotagēte: sujeitai-vos (passiva, Tg 4.7)

tapeinōthēte: humilhai-vos (passiva, Tg 4.10)

tapeinōthēte: humilhai-vos (passiva, 1 Pe 5.6)

Como se percebe, algumas traduções para a língua portuguesa não nos permite identificar a voz passiva ou média permissiva do grego, dando a entender que em vez de sofrermos a ação do verbo, somos os praticantes da ação (em relação aos outros ou a nós mesmos). Com certeza, isso faz um grande diferença na interpretação bíblica e na exposição da Palavra.

Vale salientar, que em alguns casos (ex. At 8.17,19; 10.47) o verbo “receber” (e outros) se encontra na voz ativa, mesmo o sujeito sofrendo a ação do verbo. Em sua definição da “voz ativa”, Wallace diz: “Em geral pode-se dizer que na voz ativa o sujeito pratica, produz ou ‘experimenta’ a ação […].” (WALLACE, ibid, p. 410).

Nos exemplos aqui citados, em concordância com o contexto geral do Batismo no Espírito Santo, os sujeitos “experimentaram” a ação.

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário

*

Seja o primeiro a comentar!