Diferente daquilo que muitos pensam, o uso do termo “bispo” entre evangélicos para designar a função de pastor, supervisor ou superintendente de uma igreja não é criação do neopentecostalismo.
No único livro escrito pelo pioneiro do Movimento Pentecostal William Seymour (Doctrines and Discipline of the Apostolic Faith Mission of Los Angeles, California), líder da Missão da Fé Apostólica da rua Azusa, que data de 1915, ao tratar sobre o governo da igreja na Constituição da Missão da Fé apostólica, diz:
“Esta missão será composta por um bispo, um vice-bispo, um secretário, um tesoureiro, cinco conselheiros, três diáconos, duas diaconisas, dois anciãos (presbíteros) um superintendente das escolas dominicais, um superintendente de esforço no campo apostólico. O bispo, o vice-bispo e os conselheiros devem ser pessoas de cor. (Artigo”
“O bispo e a esposa serão conselheiros por toda a vida”.
“Os outros oficiais, conselheiros e bispo, serão nomeados pelo bispo e ocuparão o cargo durante o tempo que o bispo direcionar, também sujeitos a remoção”.
“O bispo deve remover os conselheiros apenas por não obedecer às leis e doutrina da igreja”.
“Os deveres dos outros oficiais serão como o bispo pode providenciar (determinar)”.
“O bispo terá poder para expulsar ou suspender qualquer membro por qualquer má conduta ou por qualquer violação das Escrituras”.
As citações acima são algumas, dentre outras, que indicam o modelo episcopal de governo eclesiástico, presidido por um bispo, presente início pentecostalismo clássico.Como é possível perceber, algumas das característas do modelo de governo episcopal da Rua Azusa foram incorporadas às Assembleias de Deus no Brasil (trato disso no livro Dons e Ofícios Ministeriais), que não adotou o termo “bispo”.
“Pastor Presidente” é o termo utilizado nas AD’s cujo os pastores são filiados à CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), para indicar o líder de um ministério ou convenção local ou regional. Na CONAMAD (Convenção Nacional das Assembleias de Deus Madureira) o termo bispo é atualmente utilizado.
Os termos “bispo”, “presbítero” e “pastor” designavam o mesmo ofício e ordem de pessoas no início da organização da igreja no Novo Testamento, o que se pode constatar em Atos 20.28; Filipenses 1.1; 1 Timóteo 3.1,8; Tito 1.5,7; 1 Pedro 5.1,2. Os termos “bispo” e ‘presbítero” são empregados no Novo Testamento como equivalentes.
Referências Bibliográficas:
GERMANO, Altair. Dons e Ofícios MInisteriais. Joinville, SC. Editora Santorini, 2019.
SYNAN, Vinson; FOX JR., Charles. William Seymour: a biografia. Natal, RN: Editora Carisma, 2017.
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