No Novo Testamento a cor branca é geralmente associada à pureza espiritual e às coisas celestiais:

– Vestes brancas: Mt 17.2; Mc 9.3; 16.5; Lc 9.29; Jo 20.12; At 1.10; Ap 3.4,5,18; 4.4; 6.11; 7.9,13; 19.14.

– Pedrinha branca: Ap 2.17.

– Cavalos brancos: Ap 19.11,14.

– Nuvem branca: Ap 14.14.

– Trono branco: Ap 20.11.

A Bíblia já foi acusada de homofóbica e promotora do patriarcado. Será que algum progressista (teólogo, cantor, etc.) acusará os escritores (ou tradutores) do Novo Testamento de racistas por usarem a cor branca como símbolo de pureza, e geralmente associada às coisas celestiais?

E os textos que associam uma condição espiritual reprovável e o castigo eterno com “escuridão, negrura e trevas” (Mt 4.16; 6.23; 8.12; 22.13; 25.30; Lc 1.79; 11.34-36; 22.53; Jo 1.5; 3.19; 8.12; 12.35,46; At 26.18; Rm 2.19; 13.12; 1 Co 4.5; 2 Co 4.6; 6.14; Ef 5.8,11; Cl 1.13; 1 Ts 5.4,5; 1 Pe 2.9; 2 Pe 2.4,17; 1 Jo 1.5,6;  2.8,9,11; Jd 6,13; Ap 16.10), são expressões de algum tipo de racismo bíblico? A versão Almeida Revista e Corrigida, por exemplo, traduz o grego skotous em Judas 13 por “negrura das trevas”:

“ondas impetuosas do mar, que escumam as suas mesmas abominações, estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas.”

Que tipo de reação teríamos na atualidade entre os progressistas, se no texto bíblico citado abaixo a expressão “parede branqueada” fosse outra? Acusariam Paulo de racista (já o acusaram de sexista e misógino), e classificariam a sua fala de discurso de ódio?

“Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca. Então, Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada! Tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei e, contra a lei, me mandas ferir?” (Atos 23.2,3)

Tempos difíceis!

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