Como o pentecostal lê e interpreta a Biblia? Depende.

De qual pentecostal estamos falando? Do que teve ou do que não teve treinamento teológico?De qual gênero literário da Bíblia se trata?

Robert Menzies em sua obra “Pentecostes: essa história é a nossa história” (CPAD) enfatiza a leitura pentecostal de Atos e do gênero narrativo, que de fato é diferenciada em razão dos pressupostos pentecostais da atualidade do Batismo no Espírito Santo (experiência distinta da regeneração evidenciada pelo falar em outras línguas) e dos dons espirituais.

A vida da igreja apostólica e os eventos em Atos são em boa parte paradgmáticos e normativos para os pentecostais, e a análise narrativa contribui para tal interpretação.

O pentecostal vê em Atos as suas experiências cotidianas. Neste sentido “as histórias de Atos são a minha história” (p. 22), e não apenas informações históricas a serem meramente consultadas.

O pentecostal (treinado teologicamente ou não) lê e interpreta as epístolas diferente dos demais evangélicos? E o gênero poético e sapiencial? E a literatura apocalíptica? Minhas observações e vivências dizem que não.

Os pentecostais fazem a leitura e a aplicação das verdades éticas, morais, espirituais e doutrinárias contidas nas Escrituras (com divergências em algumas interpretações pontuais e periféricas) do mesmo modo que a ortodoxia evangélica também o faz.

A obra de Menzies aborda e destaca “[…] particularmente Lucas-Atos” (p. 23).

Dessa forma, em minha opinião, a chamada leitura e hermenêutica pentecostal precisa ser melhor definida e delimitada, pois se aplica especificamente às porções narrativas (que são também teológicas) e não a todos os gêneros literários contidos nas Escrituras Sagradas.

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