“O objetivo da teologia é a interpretação da experiência. A teologia equipara-se a uma rede que podemos lançar sobre a experiência, a fim de capturar seu sentido. A experiência é vista como algo que deve ser interpretado e não como algo que possua por si só capacidade de interpretação. […] A perspectiva de Lutero considera a experiência como algo de importância vital para a teologia; sem ela, a teologia é empobrecida e deficiente, como uma concha oca, vazia, que espera por sua pérola. Contudo, a experiência por si só não pode ser tida como fonte teológica confiável; ela deve ser interpretada e revista pela teologia. […] A teologia interpreta nossos sentimentos, até mesmo a ponto de contradizê-los, quando são enganosos. Ela insiste na fidelidade de Deus e ba realidade da esperança da ressurreição – mesmo nas ocasiões em que a experiência parece sugerir o contrário. Portanto, a teologia fornece-nos um apoio para que possamos compreender as contradições da experiência. Pode parecer que Deus está ausente, distante desse mundo – a teologia, contudo, insiste no fato de que essa experiência é temporária, falha e que não podemos nos deixar levar pelas aparências”. (Alister McGrath, Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica, Shedd Publicações, 2005, p. 236-237).

O pressuposto fundamental para uma teologia que interpreta fidedignamente a experiência é a crença nas Escrituras como a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus.

Uma hermenêutica apropriada para a interpretação das Escrituras precisa considerar o pressuposto acima, com todas as suas implicações.

Para os casos onde a teologia nega a experiência bíblica, e isso baseado em pressupostos racionalistas, cessacionistas etc., as Escrituras e a experiência coletiva contribuirão para a superação do equívoco exegético e teológico.

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