Antes de qualquer coisa, compreendo que a versão da Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC) poderia e deveria ter o seu texto submetido a uma revisão e atualização da linguagem utilizada, onde o excesso de arcaísmo pudesse dar lugar a termos linguísticos mais contemporâneos, sem contudo descaracterizá-la como tradução formal e literal dos textos originais. Afirmo ainda, que em algumas passagens caberia uma melhor tradução em relação ao texto grego.

Lamentavelmente, tenho testemunhado por parte de vários eruditos no Brasil (e fora), uma defesa do texto do Novo Testamento (e da Bíblia como um todo) da versão Nova Almeida Atualizada (NAA) e outras versões traduzidas a partir do texto crítico/eclético/ecumênico de O Novo Testamento Grego das Sociedades Bíblicas Unidas. O problema, é que essa defesa destaca geralmente as melhorias na estrutura e linguagem do texto (estética), mas não toca no ponto principal, que é o próprio texto e a sua inspiração (essência).

Como tenho escrito e demonstrado, o Novo Testamento da versão Nova Almeida Atualizada (NAA) e de outras versões modernas, considera várias palavras, partes de versículos, versículos e passagens inteiras presentes na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC) como não originais, omitindo-os ou colocando-os entre colchetes. O problema, é que tal decisão textual se fundamenta em pálidos e fracos testemunhos de manuscritos gregos antigos alexandrinos, que são minoria (1 a 2%) entre toda a massa de manuscritos gregos disponíveis na atualidade (cerca de 6.000). Tudo isso sob a alegação de que esses manuscritos alexandrinos são os mais antigos, o que não significa que são os melhores.

Um triste fato, é que alguns entre nós pentecostais assembleianos estão aceitando essas mudanças textuais passivamente, apenas alegando que muitos eruditos renomados defendem as mesmas. Contudo, muitos não são todos. Há eruditos em manuscritologia (crítica textual) que já fizeram um brilhante trabalho contestando tais pressupostos, ideias, metodologias e decisões textuais.

Você está entre aqueles pentecostais que seguem eruditos apenas por serem eruditos? E o que dizer dos renomados eruditos, que apesar de sua erudição são cessacionistas, calvinistas e alguns outros liberais? Você irá segui-los nessas questões? Acredito, que não.

O meu conselho para os jovens, pastores, obreiros, irmãos e irmãs pentecostais assembleianos, é que busquem conhecer mais sobre o assunto, e que se mantenham fiel (não por simples tradicionalismo ou sentimentalismo) ao texto da versão da Bíblia Almeida Revista e Corrigida (ARC), até que de fato novas descobertas de manuscritos gregos mudem de alguma forma o quadro atual de evidências.

Dentro do contexto pentecostal clássico, nomes como de o Stanley Horton, Donald Stamps, Antonio Gilberto, Claudionor de Andrade e outros, entendem a importância e o valor das versões cujo o texto do Novo Testamento é traduzido principalmente a partir do texto grego bizantino, como é o caso da versão Almeida Revista e Corrigida (ARC).

Para os interessados em ler e estudar mais sobre o assunto, e conhecer os problemas que envolvem o texto grego alexandrino, o Novo Testamento Grego das Sociedades Bíblicas Unidas, e consequentemente o Novo Testamento da Bíblia Nova Almeida Atualizada (NAA), indico os livros abaixo, onde alguns (principalmente os de língua inglesa) podem ser adquiridos em formato físico ou eletrônico através da Amazom:

– Manuscritologia do Novo Testamento (Paulo Anglada)

– Deus Preservou o Seu Texto (Wilbur N. Pickering)

– Como Identificar a Redação Original do Novo Testamento (Wilbur N. Pickering)

– Novo Testamento Interlinear Analítico: Texto Majoritário com Aparato Crítico (Paulo Sérgio Gomes e Odayr Olivetti)

– Bíblia de Estudo Literal do Texto Tradicional (Hélio de Menezes Silva)

– Concerning the Genesis of the Versions of the N. T.: Remarks Suggested By the Study of P and Allied Questions as Regards the Gospel (Herman Charles Hoskier)

– Codex B and its Allies, a  Study and Indictment (Herman Charles Hoskier)

– The Last Twelve Verses of the Gospel According to S. Mark (John William Burgon)

– The Revision Revised (John William Burgon)

– The Causes of the Corruption of the Traditional Text the Holy Gospels Being the Sequel to the Traditional Texto of the Holy Gospels  (John William Burgon)

– The Traditional Texto f the Holly Gospel (John William Burgon)

– Why they Changed the Bible (David W. Daniels)

– Answers to Your Bible Version Questions (David W. Daniels)

– World’s Oldest Bible a Fake? (David W. Daniels)

– Neither Oldest Nor Best (David H. Sorenson)

– The Byzantine Text-Type e New Testament Textual Criticism (Harry A. Sturz)

– Handbook to the Textual Criticism of the New Testament (Frederick G. Kenyon)

No amor de Cristo,

Pr. Altair Germano

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