Há um argumento de que a atualidade dos dons de curar deveria levar aqueles que os possuem a sair curando todos os enfermos que encontrasse.

Jesus curou todos os enfermos?

Pedro curou todos os enfermos?

Paulo curou todos os enfermos?

Tal argumentação é compreensível, mas não é justificável, quando parte de quem pode ter o Espírito habitando em si, mas nunca foi muito além dessa realidade, deixando de vivenciar a plenitude do Espírito Santo em sua vida.

Além da falta da experiência, falta entendimento hermenêutico acerca do modo como os dons são operados.

É Deus quem opera (energōn) tudo em todos (1 Co 12.6). É o Espírito que realiza (ernegei) todas essas coisas (1 Co 12.11).

Nos dois casos acima, o verbo grego para “operar” ou “realizar” se encontra no tempo presente e na voz ativa, ou seja, é Deus quem continuamente e ativamente opera e realiza todas essas coisas (que faz tudo isso), inclusive a cura, através da vida daqueles a quem em soberania e graça ele concede os dons (Rm 12.3; 1 Co 12.11; Ef 4.11).

Não somo nós que decidimos quem será curado. É Deus quem realiza a cura.

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