Embora no passado o ato de citar os reformadores e os teólogos reformados e/ou calvinistas por parte dos teólogos pentecostais aqui no Brasil não fosse algo muito comum, no presente não é mais assim. Darei apenas um exemplo.
Na obra “Teologia Sistemática Pentecostal” (CPAD, 2008), são citados os reformadores Lutero (p. 19, 22, 23, 25, 29, 39, 41 e 104), Calvino (p. 22, 29 e 102) e Melanchton (p. 41), onde em todos estes casos eles são mencionados com o propósito de esclarecer ou embasar uma posição teológica afirmada.
Além dos reformadores, são citados com os mesmos propósitos os teólogos reformados e/ou calvinistas Matthew Henry (p. 27, 30, 31 e 306), Martyn Lloyd-Jones (p. 28), Charles Spurgeon (p. 39 e 324), Louis Berkhof (p. 253, 254 e 311), Wayne Grudem (p. 44, 56 e 119) e Charles Hodge (p. 53, 59, 66, 310 e 487).
Os teólogos pentecostais que fazem as citações acima são Claudionor de Andrade, Esequias Soares, Severino Pedro, Elinaldo Renovato, Elienai Cabral e Ciro Zibordi.
Calvino e Armínio são citados no estudo sobre a doutrina da salvação por Antonio Gilberto (p. 369), mas de forma negativa, alertando para alguns equívocos (a citação já foi discutida em outras postagens).
Na obra Teologia Sistemática Pentecostal (e em outras) os teólogos pentecostais assembleianos brasileiros citam positivamente e com certa frequência (salvo em doutrinas conflitantes com o arcabouço teológico pentecostal) os reformadores e teólogos reformados.
A relação entre a teologia pentecostal e a teologia reformada é convergente em vários aspectos.
A elaboração e sistematização da teologia reformada precede em séculos a elaboração e sistematização da teologia pentecostal. Só para se ter uma ideia, a obra As Institutas da Religião Cristã, de Calvino, foi publicada em 1536, e Charles Hodge concluiu a sua Teologia Sistemática em 1873.
O Movimento Pentecostal, que alcançou diversas tradições cristãs, em seu processo de institucionalização herdou de muitas delas uma teologia já elaborada, vindo a contribuir de maneira mais distintiva com a pneumatologia, através da doutrina do batismo no Espírito Santo como experiência distinta da regeneração e evidenciado pelo falar em outras línguas, e pelo ensino da contemporaneidade de todos os dons espirituais.
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