O Pentecostalismo Possui uma Teologia Própria? (Parte 2)

Depois de termos apresentado a inseparável relação histórica e teológica entre a teologia pentecostal e a ortodoxia em suas várias representações nas demais tradições cristãs, e isso a partir da obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal [Stanley Horton (E.), 11a. ed. CPAD, 2008], passaremos agora a demonstrar o mesmo na obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal” [Antonio Gilberto (E.), 2. ed., CPAD, 2008]. Faremos isso, como na análise da obra anterior, relacionando por capítulo os principais teólogos das outras tradições cristãs que foram citados pelos autores pentecostais brasileiros, que a eles se reportaram para fundamentar ou reforça suas produções teológicas.

Tal relação entre a perspectiva teológica pentecostal clássica e as outras perspectivas dentro do contexto da ortodoxia cristã, em nada a empobrece ou a diminui. Ao contrário, ao mesmo tempo em que é enriquecida, a produção teológica pentecostal clássica também produz enriquecimento teológico.

Durante toda a história e construção da teologia ortodoxa cristã, as diversas tradições contribuíram substancialmente e significativamente entre si.

– Capítulo 1: Bibliologia – A Doutrina das Escrituras (Claudionor Corrêa de Andrade)

Principais teólogos citados:

Tomás de Aquino (p. 21,39), Martinho Lutero (p. 23, 25, 29,39,41), Tertuliano, Orígenes e Atanásio (p. 25), João Calvino (p. 25, 29), Matthew Henry (p. 27,30,31), D. Martyn Lloyd-Jones e Norman Geisler (p. 28), John Wesley (p. 33), Agostinho e Charles Spurgeon (p. 39), Melanchton (p. 41), Wayne Gruden (p. 44) e Hank Hanegraff (p. 45).

– Capítulo 2: Teologia – A Doutrina de Deus (Esequias Soares)

“A teologia pentecostal se fundamenta nas Escrituras Sagradas; é histórica e mantém o pensamento teológico dos reformadores quanto às doutrinas cardeais da fé cristã”. (p. 52)

Principais teólogos citados:

Tertuliano (p. 51,93,94), Eusébio de Cesaréia, Orígenes (p. 51), Agostinho de Hipona (p. 51,52,55,88), Anselmo de Cantuária (p. 52, 59,72), Lewis Sperry Chafer (p. 53,69), Charles Hodge (p. 53,66), Paul Tillich (p. 55,57,59,89), Strong (56,69), Wayne Grudem (p. 56), Tomás de Aquino (p. 57,72), Alister McGrath (p. 57,89), Clemente de Alexandria (p. 83), João Calvino (p. 88,102), John Wesley (p. 89), Hipólito (p. 95), Atanásio (p. 95,96,97,101), A.T. Robertson (p. 100), Lutero (p. 104) e F. F. Bruce (p. 105).

– Capítulo 3: Cristologia – A Doutrina de Cristo (Severino Pedro da Silva)

Principais teólogos citados:

William Cooke (p. 132), W. Grudem, R. N. Champlin, E. H. Bancroft (p. 167).

– Capítulo 4: Pneumatologia – A Doutrina do Espírito Santo (Antonio Gilberto)

Principais teólogos citados:

Matthew Henry (p. 211).

– Capítulo 5: Antropologia – A Doutrina do Homem (Elinaldo Renovato

Principais teólogos citados:

George H. Livingston (p. 252, 260), Berkhof (p. 254), L. S. Chafer (p. 254) e Langston (p. 255).

– Capítulo 6: Hamartiologia – A Doutrina do Pecado (Elienai Cabral)

Principais teólogos citados:

Matthew Henry (p. 306), Langston (p. 310), John Wesley (p. 310), Strong (p. 310,318), W. T. Conner (p. 310), Charles Hodge (p. 310), Louis Berkhof (p. 311,318), L. S. Chafer (p. 322 c/ 328) e Spourgeon (p. 324).

– Capítulo 7: Soteriologia – A Doutrina da Salvação (Antonio Gilberto)

Não há citações de teólogos.

– Capítulo 8: Eclesiologia – A Doutrina da Igreja (Geremias do Couto)

Principais teólogos citados:

Winkie A. Pratney (p. 392), Billy Graham (p. 395), Glenn Wagner (p. 395), Henry Holloman (p. 410), Nancy Pearcey (p. 411) e Lutero (p. 422).

– Capítulo 9: Angelologia – A Doutrina dos Anjos (Wagner Gaby)

Principais teólogos citados:

Karl Barth (p. 443), Billy Graham (p. 444), Chafer (p. 447), Agostinho (p. 447), Lutero (p. 447), Calvino (p. 447), Charles Hodge (p. 449, 461), Tomás de Aquino (p. 459), Bancroft (p. 451), Cirilo de Jerusalém (p. 453), Gregório Magno (p. 453) e Gleason Archer (p. 461).

– Capítulo 10: Escatologia – A Doutrina das Últimas Coisas (Ciro Sanches Zibordi)

Principais teólogos citados:

Dave Hunt (p. 485), Charles Hodge (p. 487) e Hank Hanegraaff (p. 504 c/ 558).

Além dos teólogos das diversas tradições cristãs citados, na obra se encontram referências a alguns Concílios da igreja (Nicéia, Calcedônia, Trento e outros), e a documentos dessas tradições (Catecismo Maior de Westminster, 448).

Como já afirmei na parte 1 desse estudo, a Teologia Pentecostal, elaborada por teólogos pentecostais e com os devidos pressupostos pneumatológicos distintivos, não é uma nova ou outra teologia ortodoxa, mas sim, uma expressão singular e importante dessa ortodoxia que permeia toda a história da Igreja.

O pentecostalismo possui teólogos e uma produção teológica própria (artigos, livros, etc.), mas o conteúdo dessa produção, em sua grande maioria, se fundamenta na herança ortodoxa da fé cristã.

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