Há movimentos entre os protestantes com objetivos bem delineados. Um deles, de jeito algum, tem a minha credibilidade, pois acredito já ter concluído a sua meta. O Nosso Senhor desejava que a Sua Igreja fosse unida quando fez a oração: Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17.21). Ele mesmo intercedeu nesse sentido. Então, com a desculpa de fazer com que a oração de Jesus se cumpra, o ecumenismo prega a unificação de todos os cristãos.

Alguns acreditam nessa agremiação, mesmo que se preciso sacrificar a verdade. Tudo começou em Amsterdam, em 1948, durante um grande movimento global chamado Conselho Mundial de Igrejas. Não costumo pregar contra tudo. Sou 99% a favor e 1% discordante. No entanto, essa é uma das situações às quais me oponho. Os anglicanos, ortodoxos orientais, protestantes e antigos católicos se uniram. Então, dessa reunião surgiram ramificações ou, pelo menos, parte delas, até se espalharem por todo o mundo […].

O movimento ecumênico tem buscado solidificar a cristandade, reunindo em um grande corpo todos quantos, de algum modo, estão do lado cristão. Porém, existe uma diferença fundamental entre esta comunidade e a Igreja […].

Você, cristão, não deve associar-se a qualquer tipo de movimento, congregação ou grupo, seja onde for, que conteste a Verdade. Se houver todo o tipo de superstições, acmpanhadas de ossos sagrados, água benta e alguma mãe para Deus e toda a humanidade, o bom senso saiu de mansinho […].

Não me importo nem um pouco se vão gostar de mim. Fato é que existe uma diferença entre o movimento ecumênico – capaz de unificar aqueles que se dizem cristãos em uma grande organização -, e a verdadeira Igreja – um organismo vivo nascido do Espírito, lavada no sangue de Jesus, a quem está unida por meio da operação misteriosa da regeneração.

Quero esclarecer o seguinte: sou a favor do Corpo de Cristo, a Igreja que o Salvador comprou com o Seu sangue, mas não apoio a fantástica superigreja mundial.

(A. W. Tozer. Recuperando o cristianismo: o resgate da verdadeir fé. Rio de Janeiro: Graça Editorial, 2014, p. 71-97.)

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