Mateus 20.16 (ARC)

Assim, os derradeiros serão primeiros, e os primeiros, derradeiros, porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

Mateus 20.16 (NAA)

Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.

Como se percebe, a versão Nova Almeida Atualizada (NAA) não menciona no final de Mateus 20.16 as palavras “porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos” (gr. πολλοὶ γάρ εἰσιν κλητοί ὀλίγοι δὲ ἐκλεκτοί).

Tais palavras, segundo alguns eruditos, devem ter sido adicionadas ao final desse versículo, provavelmente, por copistas que se lembraram de outra parábola que termina com as mesmas palavras (Mt 22.14). É considerado pouco provável para os defensores do texto alexandrino que essas últimas palavras de Mateus 20.16 sejam parte do original, tendo sidas, segundo esses, omitidas acidentalmente por um copista que foi enganado pelo final idêntico das palavras ἔσχατοι e ἐκλεκτοί.[1]

O Texto Majoritário/ Textus Receptus, de onde parte a tradução da ARC, trazem o final “porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”,[2] enquanto o Texto Crítico, de onde parte a tradução da NAA, omite, seguindo os manuscritos unciais sinaiticus (א) e vaticanus (B).[3]

A evidência dos manuscritos que apoia o texto sem esse acréscimo e a constatação de que, se essas palavras muito significativas tivessem originalmente estado no texto grego, leva os defensores do texto alexandrino a concluir que ninguém teria ousado excluí-las.[4]

O Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento (CPAD), afirma que a passagem termina com “muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros”.[5]

No Comentário Beacon (CPAD), nenhum comentário sobre a segunda parte de Mateus 20.16, conforme o texto da ARC, é feito.[6]

No Comentário Devocional da Bíblia (CPAD), acontece o mesmo.[7]

As referidas palavras também não são comentadas no Comentário Bíblico MacArthur,[8] no Comentário Bíblico Vida Nova,[9] no Comentário de Mateus de D. A. Carson,[10] e no Comentário Esperança.[11]

__________

[1] OMANSON, Roger L. Variantes textuais do Novo Testamento. Tradução de Vilson Scholz. Barueri, SP: SBB, p. 33.

[2] GOMES, Paulo Sérgio. Novo Testamento interlinear analítico: texto majoritário com aparato crítico. 2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2015, p. 82.

[3] O Novo Testamento Grego. Quinta edição revisada. Barueri, SP. SBB, 2018, p. 62.

[4] ALAND, Kurt; ALAND, Barbara. O texto do Novo Testamento: introdução às edições científicas do Novo Testamento Grego bem como à teoria e prática da moderna crítica textual. Tradução de Vilson Scholz. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013, p. 317,318.

[5] SHELTON, James B. Mateus. In: ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário bíblico pentecostal: Novo Testamento. Tradução de Luís Aron de Macedo e Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 112,113.

[6] EARLE, Ralph. Mateus. In: EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood; CHILDERS, Charles L. Comentário bíblico Beacon: obra original. V. 6. Tradução de Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p. 141.

[7] RICHARDS, Lawrence O. Comentário devocional da Bíblia. Tradução de Degmar Ribas. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 582.

[8] MACARTHUR, John. Comentário bíblico MacArthur: desvendando a verdade de Deus, versículo a versículo. Tradução de Eduardo Mano [et al]. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2019, p. 1128.

[9] FRANCE, R. T. Mateus. In: CARSON, D. A. [et al]. Comentário bíblico Vida Nova. Tradução de Carlos E. S. Lopes [et al]. São Paulo: Vida Nova, 2009, p. 1398.

[10] CARSON, D. A. O comentário de Mateus. Tradução de Lena Aranha e Regina Aranha. São Paulo: Shedd Publicações, 2010, p. 500.

[11] RIENECKER, Fritz. Evangelho de Mateus: comentário esperança. Tradução de Werner Fuchs. Curitiba, PR: Editora Esperança, 1998, p. 334-337.

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