O pastor e teólogo Antonio Gilberto nasceu em 7 de junho de 1927, na cidade de Várzeas (RN), e faleceu em 2018, aos 91 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Converteu-se aos 14 anos de idade por meio de seu irmão mais velho José Apolônio da Silva, que se tornaria também pastor nas Assembleias de Deus como ele. Em 1948, ingressou na Marinha do Brasil e no mesmo ano foi transferido ao Rio de Janeiro, onde casou-se em 29 de agosto de 1953 com Iolanda Valente da Silva. Desta união nasceram quatro filhos: Isaque, Ismael, Gil e Ismar.

Formado em Teologia, Letras e Pedagogia, obteve seu mestrado em Educação pela Universidade Biola, nos Estados Unidos, sendo também um profundo conhecedor dos idiomas bíblicos hebraico e grego. Foi professor do Instituto Bíblico Pentecostal (IBP) de 1962 e 2º vice-presidente da instituição. Ele fundou o Curso de Aperfeiçoamento de Escola Dominical (CAPED) em 1974, a pedido do Conselho Administrativo da CPAD. Foi ordenado pastor em 1976, mesmo ano que foi convidado pelo missionário norte-americano Bernhard Johnson para fazer parte do projeto da Escola de Ensino Teológico das Assembleias de Deus, a EETAD.

Pastor Gilberto foi membro do Conselho Mundial de Evangelismo do Congresso de Lausanne, na Suíça, e era membro da diretoria da Sociedade Bíblica do Brasil, além de membro da diretoria da Global University, nos Estados Unidos, desde 1999. Foi diretor de Publicações da CPAD de 1989 a 1992, época em que começou a trabalhar como editor da Bíblia de Estudo Pentecostal, lançada em 1995, se tornando a Bíblia de estudo mais vendida no Brasil. Seus livros são todos best-sellers, somando milhões de exemplares vendidos, tais como “Manual de Escola Dominical”, “A Bíblia Através dos Séculos”, “Escatologia Bíblica”, “Daniel e o Apocalipse”, dentre outros. Seu livro “O Fruto do Espírito”, o mais vendido de todos, foi lançado em vários idiomas e em português no Brasil pela CPAD.

Em sua obra O Calendário da Profecia ele coloca o dispensacionalismo entre as grandes doutrinas escatológicas:

“Há pelo menos oito grandes doutrinas escatológicas, a seguir discriminadas […]. A doutrina das dispensações e alianças da Bíblia. No ciclo da história humana, a Bíblia trata de sete dispensações e oito alianças entre Deus e os homens. Na doutrina das dispensações e alianças é justo incluir o estudo das eras bíblicas, dos tempos bíblicos, e dos dias bíblicos.”

Para Gilberto, a vinda de Jesus abrange duas fases bem distintas na Bíblia:

“o arrebatamento da Igreja, e a sua volta pessoal em glória, para livrar Israel, julgar as nações e estabelecer o seu reino milenar.” Para ele: “As diferenças e os contrastes das duas fases da vinda de Jesus são tantos na Escritura, que se houvesse uma só fase, tudo seria uma grande contradição.”

Em seu sumário geral dos eventos escatológicos, Gilberto sugere que a ordem cronológica a partir do arrebatamento da Igreja seria a seguinte: (1) o rapto (arrebatamento) da Igreja (1 Co 15.151,52; 1 Ts 4.14-16); (2) julgamento da Igreja no Tribunal de Cristo, para galardão (Ap 19.7,8); (3) As Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9); (4) retirada daquele que restringe o pecado, o Espírito Santo (2 Ts 2.3-10); (5) surgimento do Anticristo no cenário mundial (Ap 13.1,2); (6) surgimento do Falso Profeta (Ap 13.11-16); (7) o pacto de 7 anos do Anticristo com Israel (Dn 9.27); (8) os juízos do Céu sob os sete selos de Apocalipse (Ap 6.2-17; 8.1-5); (9) as duas testemunhas e sua missão nos primeiros três anos e meio de pacto do Anticristo com Israel (Ap 11.3-12); (10) 144.000 judeus salvos dentre as doze tribos de Israel para testemunharem na terra (Ap 14.1-5); (11) o Anticristo continua a se fortalecer à frente do bloco de dez nações; (12) o bloco de nações do Norte continuará com suas provocações e desafios, logrando adesões do bloco árabe; (13) a igreja falsa mundial continuará se projetando, com a união de todas as religiões; (14) a pregação do evangelho do reino pelos judeus salvos (Mt 24.14); (15) Gogue e Magogue invadem Israel (Ez 38-39; Dn 11.40); (16) o Anticristo romperá seu acordo com Israel e começará a persegui-lo (Ap 13.3; Dn 11.45); (17) a igreja falsa mundial que predominou na terra sob a égide do Anticristo, por três anos e meio, será destruída pelos dez países sob a chefia do próprio Anticristo (Ap 17.16-18); (18) talvez nesse tempo os 144.000 judeus serão martirizados (Ap 14); (19) mais juízos sobre a terra sob as sete trombetas (Ap 8.7-12; 9.1-11; 13-21; 11.15-18); (20) uma grande multidão de israelitas fiéis fugirá para os montes do deserto de Edom (Mt 24.16; Ap 12.6); (21) os últimos juízos divinos sobre o mundo (Ap 15 e 16); (22) a quase destruição de Israel (Zc 13.8; 142; Is 64.1-12; Ap 1.7; Jd 14; 2 Ts 2.7; Ap 19.11-21); (23) eventos geofísicos (Zc 14.4; Ez 47.8-12); (24) julgamento das nações viventes (Mt 25.31-46); (25) o final da carreira do Anticristo e do falso profeta, que serão lançados no Lago de Fogo e Enxofre, após a descida de Jesus à terra; (26) o remanescente judaico escapa do Armagedom (Zc 13.8,9; 12.10); (27) Satanás é aprisionado (Ap 20.1-3); (28) o reino milenar de Cristo (Ap 20.4-6); (29) o final da carreira de Satanás (Ap 20.7-10); (30) o Juízo Final (Ap 20.11-15); e (31) novos céus e nova terra (Ap 21 e 22).

Diante da ordem acima descrita, Gilberto alerta para o fato de não se poder dogmatizar esse assunto, como se fôssemos donos exclusivos da verdade. Ele afirma que:

“Muitas passagens escatológicas são de difícil harmonia e interpretação, mesmo para os mais abalizados no assunto. É evidente, pois, que o calendário profético como estudo aqui apresentado, não é nada final, nem completo no campo escatológico, pelas razões acima expostas. Maiores estudos e maior iluminação do Espírito através da palavra profética adicionarão novos detalhes, que enriquecerão tal conhecimento”.

GILBERTO, Antonio. O calendário da profecia. Rio de Janeiro: CPAD, 2019

http://www.cpadnews.com.br/…/parte-para-a-eternidade-o…


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