Em minhas pesquisas para a escrita de um próximo livro sobre a paternidade de Deus, lendo as páginas 19 e 20 da obra “Filhas de Pai, Filhos de Mãe: complexos materno e paterno e caminhos para identidade própria”, de Verena Kast, entendi que o abandono paterno pode gerar um complexo que resulte em transferência.
O filho abandonado ao se tornar adulto poderá se tornar um pai superprotetor, controlador e dominador, e isso inclusive fora do âmbito familiar (i. e. profissional, eclesial etc.), adotando um postura de “pai” de todos, principalmente (mas não somente) dos mais novos.
O complexo paterno decorrente do abandono sofrido, faz com que tal filho possa vir a ter um comportamento sufocante nas relações de amizade e companheirismo, que ele sempre transforma em relação entre “pai e filho”.
Tal postura acaba gerando tensões e rupturas nesses relacionamentos transformados. “Filhos” sufocados e pressionados por esse “pai esmagador”, na primeira oportunidade que surge, podem abandonar a relação e a convivência anômalas, fazendo com que o vitimado originalmente pelo complexo paterno, experiencie agora o abandono das vítimas da sua transferência inconsciente. O tratamento adequado de tal complexo paterno é extremamente necessário à medida que é identificado e percebido.
O nosso Pai celestial nunca nos abandonará (Hb 13.5). Nele encontramos a perfeição paterna, que resulta em saúde espiritual, psíquica, emocional e relacional.
Ἀββᾶ (Aba, Pai)
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