No contexto bíblico, as palavras hebraicas e gregas que se referem ao “coração” são as seguintes:

1. Palavras Hebraicas. (lev) לֵב é o termo hebraico mais comum para “coração”. É usado para descrever o órgão físico, mas também simboliza o centro das emoções, pensamentos e a vontade do ser humano. É frequentemente usada em contextos que envolvem a moralidade e a espiritualidade. לֵבָב (levav) é uma forma alternativa da palavra “lev” e é usada em contextos semelhantes, enfatizando aspectos emocionais e espirituais.

2. Palavras Gregas.

– καρδία (kardia) é a palavra grega para “coração”. Assim como em hebraico, “kardia” é utilizada tanto para se referir ao órgão físico quanto ao centro das emoções e da vida espiritual. É a raiz de várias palavras em português, como “cardiologia” (καρδιολογία). Embora não seja uma palavra bíblica, esta é uma derivação do termo “kardia”, que se refere ao estudo do coração.

Essas palavras refletem a importância do coração como um símbolo central na vida emocional, moral e espiritual tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

I – O Conceito de Coração no Antigo Testamento

O conceito de “coração” no Antigo Testamento é rico e multifacetado, representando não apenas o órgão físico, mas também o centro das emoções, pensamentos, vontade e espiritualidade do ser humano. Aqui estão alguns aspectos importantes desse conceito:

1. Coração como Centro da Vida. O coração é frequentemente visto como o centro da vida emocional e espiritual. Em Deuteronômio 6.5, é mencionado que os israelitas devem amar a Deus com todo o seu coração, indicando que o coração é o lugar onde reside o amor e a devoção.

2. Coração e Moralidade. O coração está ligado à moralidade e à ética. Provérbios 4.23 adverte que “sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, pois dele procedem as fontes da vida.” Isso sugere que as atitudes e ações de uma pessoa são influenciadas pelo estado do seu coração.

3. Coração e Relação com Deus. A condição do coração é crucial na relação com Deus.

Em Salmos 51.10, Davi pede a Deus que crie nele um coração puro, evidenciando a importância de um coração sincero e arrependido diante do Senhor.

4.Coração e Sabedoria. O coração também está associado à sabedoria e ao entendimento. Em Provérbios 2.10, é dito que a sabedoria entrará no coração e o conhecimento será agradável à alma, mostrando que o coração é receptivo à sabedoria divina.

5. Coração e Idolatria. O Antigo Testamento frequentemente menciona a necessidade de um coração fiel a Deus, em contraste com corações endurecidos ou idólatras. Ezequiel 36.26 fala sobre Deus dar um novo coração e um novo espírito, indicando a transformação necessária para uma verdadeira adoração.

6. Coração e Comunidade. O coração é também um reflexo da vida comunitária. Em Êxodo 35.5, o povo é chamado a trazer ofertas ao Senhor de coração voluntário, enfatizando a importância da disposição do coração na contribuição e no serviço à comunidade.

Esses aspectos mostram que o coração, no Antigo Testamento, é um símbolo profundo da vida interior do ser humano, englobando suas emoções, decisões, moralidade e relacionamento com Deus. A condição do coração é vista como fundamental para a vida espiritual e a obediência a Deus.

II – O Conceito de Coração no Novo Testamento

O conceito de “coração” no Novo Testamento continua a ser um tema central, refletindo tanto a continuidade com o Antigo Testamento quanto novas dimensões trazidas pela mensagem de Jesus e a obra do Espírito Santo.

Aqui estão alguns pontos importantes sobre o conceito de coração no Novo Testamento:

1. Coração como Centro Espiritual. Assim como no Antigo Testamento, o coração no Novo Testamento é visto como o centro do ser humano, onde residem as emoções, pensamentos e vontades. Em Mateus 5.8, Jesus afirma: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”, destacando a pureza do coração como essencial para a comunhão com Deus.

2. Coração e Fé. A fé é frequentemente associada ao coração. Romanos 10.9-10 ensina que “se com a boca confessares a Jesus como Senhor e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Aqui, o coração é o local da crença e da aceitação da verdade do evangelho.

3. Coração e Intenção. O Novo Testamento enfatiza que Deus examina o coração e as intenções humanas. Em Hebreus 4.12, é dito que a palavra de Deus é viva e eficaz, “e penetra até a divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.”

4. Coração e Transformação. A transformação do coração é um tema importante. Em 2 Coríntios 5.17, Paulo afirma que “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” Essa nova criação implica uma mudança no coração e na vida do crente.

5. Coração e Amor. O amor é um aspecto central do coração no Novo Testamento. Jesus ensina que o maior mandamento é amar a Deus de todo o coração (Mateus 22.37). O amor deve ser a motivação central na vida cristã, refletindo o caráter de Deus.

6. Coração e Comunidade. O Novo Testamento também fala sobre a unidade e a comunhão entre os crentes, que deve ser mantida com corações sinceros. Atos 2.46 menciona que os primeiros cristãos tinham “corações sinceros”, enfatizando a importância da autenticidade nas relações comunitárias.

Esses pontos destacam que o conceito de coração no Novo Testamento é profundamente espiritual e relacional, envolvendo a fé, a intenção, a transformação e o amor. O coração é visto como o núcleo da vida cristã, onde a verdadeira adoração e o relacionamento com Deus se manifestam.

Fonte: Pentecostalismo com Inteligência

Link: pentecostalismo.com

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