Os períodos eleitorais revelam sempre as divisões e os interesses particulares denominacionais e intradenominacionais entre nós evangélicos. O discurso ideológico ainda ainda está longe de ser coerente com a prática política de muitos.
A chamada “esquerda evangélica” continuará crescendo, enquanto a “direita evangélica” continuará vivendo paradoxalmente entre o seu mundo político ideal e o real (com as devidas exceções).As intrigas locais, as dívidas políticas, os benefícios prometidos, as negociações e outras questões da nossa viciada e adoecida política continuarão ainda a nortear por um bom tempo a intenção do voto.
Muitos evangélicos estão alinhados com as “direitas” em questões morais e com as “esquerdas” em questões econômicas. Outros estão alinhados com as “direitas” em questões econômicas e com as “esquerdas” em questões morais. Ainda temos os evangélicos alinhados em questões econômicas e morais com as “direitas” e outros com as “esquerdas”. Tal fato é vivenciado por eleitores e candidatos.
Por mais contraditórios que alguns desses arranjos sejam (ou pareçam ser), essa é a nossa realidade. O mundo evangélico apenas reflete a realidade brasileira. Quem sabe um dia, não seremos de fato “sal e luz” em questões políticas no nosso Brasil?
Como bem escreveu Paul Freston, diante dos vários arranjos ideológicos atuais: “Uma sociedade perfeitamente justa e equitativa não é possível aqui e agora. Porém, não temos o direito de perder essa visão” (Religião e Política, Sim. Igreja e Estado, Não. Ultimato, 2006, p. 169).
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