A relação da música com aqueles que a cantam no contexto da adoração a Deus, quer sejam esses os que se ocupam com ela de forma mais ministerial e compromissada nos órgãos de cânticos, ou com os demais que participam do culto, deve ser levado a sério.

Desde o Antigo Testamento as Escrituras nos alertam para a condição espiritual daqueles que tocam e cantam para o Senhor:

Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer. E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos. Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça, como o ribeiro impetuoso.  (Am 5.21-24)

Não é possível desassociar a santidade de vida da santidade do culto e da adoração a Deus. O Senhor atenta para aquilo que flui de nossos lábios, para o que fazemos em termos musicais diversos, para tudo o que praticamos e para aquilo que está em nosso coração, invisível aos olhos humanos (1 Sm 16.7; Sl 139.23,24; Jo 4.22-24; Rm 8.27).

Assim como todos os crentes, a santidade na vida dos que tocam e cantam para o Senhor é uma prerrogativa para desfrutar de comunhão e intimidade com ele (Lv 11.44; 19.2; 20.7; 1 Pe 1.13-21). No Antigo Testamento, os levitas (parte deles serviram através da música), passavam por ritual de purificação (Nm 8.1-26), para somente depois exercerem o seu ministério:

E assim fez Moisés, e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel com os levitas; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim os filhos de Israel lhes fizeram. E os levitas se purificaram e lavaram as suas vestes, e Arão os moveu por oferta movida perante o Senhor, e Arão fez expiação por eles, para purificá-los. E, depois, vieram os levitas, para exercerem o seu ministério na tenda da congregação, perante Arão e perante os seus filhos; como o Senhor ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram. (Nm 8.20-22)

Os que servem ao Senhor através da música, precisam ser lavados e purificados dos seus pecados pelo sangue de Jesus (1 Jo 1.5-10; 3.7-10). Se os nossos pecados não forem confessados e devidamente tratados, em vez de prazer na adoração, poderemos experimentar o pavor diante de ambientes e momentos plenos da manifestação da glória de Deus (Is 6.1-7).

Além de uma vida santa, os músicos envolvidos no ministério da igreja devem buscar a excelência naquilo que fazem para o Senhor, dedicando-se nos ensaios, aperfeiçoando-se tecnicamente através de cursos especializados, e colaborando no culto com uma postura que promova a decência e a ordem, sem comprometer a espiritualidade do mesmo (1 Co 14.26,37-40).

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